Evolução dos conceitos e concepções de deficiência
Exercer sua cidadania. Um direito de todos, até de quem não conhece o que seja cidadania. Algo simples como o direito de ir e vir, direito à educação, saúde, direitos simples como o de fazer parte da comunidade em que se vive; direito a ser respeitado e ter sua opinião considerada. Mas vejamos, e a enorme quantidade de gente, deficientes, que vive segregada em Instituições e Escola Especiais, sem voz nem vez (desculpe o trocadilho)? Vamos analisar rapidamente a situação no cerne.
Historicamente o homem mutila o homem quer física quer emocional ou psicologicamente. Aborrece-o ver um seu igual tão destoante, tão inadequado ao meio, ao que se exige do homem... Na antiguidade, quando a nobreza, com suas terras e rebanhos dominava a população, uma época em que quem não era servido, era servo e aos portadores de deficiências restava o abandono, o relento.
Na Idade Média, a agricultura, a pecuária e o artesanato sendo a atividade econômica, ainda que a sociedade passe a se organizar em feudos. O cristianismo expande-se transformando homens, que passam a ver no homem a semelhança de Deus, a coroa da Criação, possuidor de alma e, portanto, especial e único, alguém que não se deve ignorar, exterminar, mas cuidar, respeitar. A família e a Igreja passam a se responsabilizar por seus deficientes, provendo suas necessidades, ainda que não sabendo como lidar com suas limitações. A Inquisição e a Reforma buscaram respostas que explicassem o porquê de se “nascer assim” e entendiam como expiação ou algo demoníaco. Os chamados deficientes eram aprisionados ou torturados, sofrendo duros castigos.
Com a Revolução Francesa derrubando monarquias e a hegemonia do Catolicismo, fomentando a liberalidade (liberdade...) vinda sob a ardente ganância capitalista, os deficientes, os não-produtivos, oneram a sociedade e encontram lugar na medicina que por eles passa a se voltar com olhar curioso e preocupado de Paracelso, Cardano e