Etnia cigana
CIGANOS
Na sociedade actual, esta palavra é uma palavra carregada de sentidos.
Às vezes, é uma visão romântica que predomina, embora já não corresponda à realidade (pensa-se no cigano nómada, livre, viajando onde o seu negocio de cavalos o leva).
Mas enfim, são raros os casos em que esta palavra é utilizada para exprimir algo de conhecido, sabido, seguro.
Podemos afirmá-lo, a única certeza relativamente aos ciganos, é que pouco se sabe.
Assim, perseguindo o objectivo de interconhecimento e de compreensão mútua que nos guia, propomos aqui uma breve descrição de comunidades e cultura cigana.
Este documento foi construído com o objectivo de divulgar e partilhar o conhecimento que a equipa técnica de um projecto de intervenção socioeducativa vai acumulando com o seu contacto directo junto de diferentes intervenientes, com pesquisas teóricas cada vez mais aprofundadas, com uma recolha de dados baseada na proximidade e conhecimento pessoal.
Não pretendemos aqui respeitar todo o rigor científico desejável a uma caracterização da cultura cigana, mas simplesmente relatar e partilhar a nossa experiência enquanto técnicas de um projecto de intervenção com comunidades ciganas rurais do interior alentejano.
Lei cigana
Lei cigana é o nome dado às leis internas, forma de estar comum nestas comunidades. Os ciganos seguem um conjunto de códigos sociais e o respeito destas regras condiciona a completa pertença dos indivíduos ao grupo. Estas regras regem todos os domínios da vida - pessoais e sociais – dos membros do grupo.
A autoridade no grupo é de tipo patriarcal. Os códigos, como foi já referido, são orais.
O casamento
O que chamaremos aqui casamento é em realidade união de facto, sendo poucos os casais ciganos que se unem perante o registo civil – situação que exclui os direitos inerentes ao casamento formal.
São geralmente uniões precoces (a partir dos 13 anos para as raparigas, 14/15 para os rapazes) e de natureza endogâmica, isto é,