estética - o que é o belo
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Pensar a arte como elemento fundamental na discussão da estética, pressupõe um entendimento básico do conceito de arte. Tal entendimento hoje nos parece uma definição natural e banal desse conceito. A ideia de que as atividades intelectuais sensoriais e racionais que utilizam uma pluralidade de faculdades mentais e aptidões para a construção de um objeto artístico, é uma construção que foi desenvolvida ao longo de um processo de emancipação da arte, na qual remonta desde a Antiguidade. A palavra estética, deriva do termo grego aisthesis que significa percepção sensível. Este conceito foi pensado por Baumgarten apenas no século XVIII, mas algumas questões estéticas ja eram discutidas na Antiguidade por Platão e Aristóteles. O processo de autonomia da estética como disciplina filosófica, só ocorreu na modernidade, uma vez que era necessário que a estética se libertasse das antigas tutelas, metafísica e teológica, que a limitavam desde a Grécia Antiga. Foi a partir dessa autonomia que foi possível pensar a heteronomia da arte, sendo preciso, para tanto, entender as questões inerentes a filosofia da arte, levantadas por Platão em seu livro A República, no qual o filósofo discute o projeto de uma Cidade ideal, uma espécie de resposta à decadência moral vivida por Atenas no século IV a.C. Nesta Cidade, toda produção artística teria função pedagógica e política, com o objetivo de formar cidadãos que buscassem a Verdade e se afastassem de questões terrenas e de paixões, paixões estas que poderiam levar a degradação do homem. A arte aceita na República era apenas a considerada elevada, sendo a música e algumas formas de poesia exemplos disso. A pintura e a epopéia eram consideram artes inferiores, pois não passavam de meras imitações das imagens perfeitas presentes na teoria das Ideias de Platão. Assim, Platão acreditava que essas manifestações afastavam o homem da Verdade, por reproduzirem apenas a aparência das coisas. Ja Aristóteles, aluno rebelde de Platão,