Estetica do belo
"O belo desfila todos os dias diante de nós.
Ele nos seduz nas colinas quando coroadas pelo sol matutino.
Está nos tráfegos regatos a descer das encostas.
Habita nas flores.
Brilha nas pedras preciosas.
Ornamenta as porcelanas.
Aviva as vestes festivas.
O belo vive também na mocidade elegante que sai a passeio e ingressa nos salões.
Este desfilar das coisas belas nos diz que também a vida é bela."
Evaldo Pauli
Parte I – Tratado do Belo
Capítulo Um – Antelóquio
O filósofo e o cientista experimental estendem e aprofundam sistematicamente a contemplação do belo. Não somente se limitam a observar e apreciar o belo, mas ainda se aplicam a esclarecer o que ele é. Dilata-se, então, o significado do belo para noções progressivamente mais amplas, até ao espaço imponderável da metafísica, onde muito se expande o saber, ainda que pouca seja a segurança de voo nesses espaços imponderáveis aos quais nos aventuramos. Que seria do belo em si mesmo? Uma tentativa metafísica (ou seja, uma das hipótese) reza o seguinte: o belo é ser enquanto se destaca como perfeição; o belo é a perfeição em destaque; o belo é o esplendor da forma; ou então, o belo é o esplendor da essência da coisa.
1 - Objecto ou Tema do Tratado do Belo
O conceito de belo teve origem ma Grécia Antiga, onde o protótipo era a perfeição, o ideal do género humano. Este conceito foi herdado por Roma. No Renascimento foi revivido. Actualmente, e de algum modo, ainda existe esta noção ligada à idealização de um tipo humano. Na civilização ocidental persiste o conceito grego de belo. O sentido abstracto de belo á a base elementar da actividade artística. O Conceito de Sublime é uma espécie de vertigem da beleza. Reside no gesto de afirmação e de transfiguração que faz da obra de arte. (Louis Marin). A ciência cuida do Universal, por exemplo, da planta em geral, e não desta ou daquela planta. Portanto, o Tratado do Belo trata do Belo