Estudo de caso Ambev
ESTRUTURA DE CAPITAL: ANÁLISE
DO CASO AMBEV
Alterações na estrutura de capital das empresas podem levar a conflitos entre credores, acionistas e administradores. Essas alterações, e a própria estrutura de capital, sofrem influências das imperfeições do mercado, como impostos, custos de falência, de agência e assimetria de informações, possibilitando o beneficiamento desigual de investidores ou gestores em detrimento de outros partícipes. Em contrapartida, investidores podem usar da própria estrutura de capital para verificação do grau de informações detidas pelos administradores, reduzindo a assimetria nas informações. No presente estudo, foi investigada, por meio dos métodos CAPM e
Modelo de Gordon, a influência da forma como conduziu-se a operação de fusão da AmBev com a Interbrew. Em termos de metodologia, foi desenvolvido um estudo descritivo em que a taxa de crescimento da poupança foi usada como taxa livre de risco e o índice
Ibovespa como referencial para retorno de mercado. Como resultados, foram encontradas diferenças significativas nos valores do custo de capital próprio para o ano de 2004, influenciadas pela distribuição de dividendos atipicamente diferenciada neste período. Enquanto o
CAPM resultou em crescimento maior para o retorno das preferenciais em 2004, resultado do cálculo da covariância com o Ibovespa, o
Modelo de Gordon mostrou uma supervalorização das ordinárias no mesmo ano, resultado dos dividendos distribuídos. Palavras-chaves: Estrutura de Capital, AmBev, CAPM, Modelo de
Gordon.
1. Introdução
A fusão da Ambev com a Interbrew em 2004 foi motivo de discussões pelo fato de que pessoas relacionadas à elaboração da operação e à direção da empresa negociaram títulos das mesmas logo antes da fusão em si, obtendo retornos elevados em comparação aos do mercado em operação “normal”, supostamente sem informações privilegiadas.
A literatura aponta