Estudante
MARTINS, R. A.; MARTINS, L. A. C., P.; SILVA, C. C.;
FERREIRA, J. M. H. (eds.). Filosofia e história da ciência no
Cone Sul: 3o Encontro. Campinas: AFHIC, 2004. Pp. 371377. (ISBN 85-904198-1-9)
O REALISMO E O IDEALISMO: FOCALIZANDO O
CONHECIMENTO MATEMÁTICO
Renata Cristina Geromel Meneghetti ∗
Resumo – O realismo que tem sua origem em Platão (427-347 a. C.) e manteve-se vigente até o século XV, momento em que a filosofia passou por uma forte crise. Como resposta a tal crise surge uma filosofia nova o idealismo de Descartes (1596-1650), que marcou o início da filosofia moderna, a qual em muitos pontos se diferenciou do realismo. Neste trabalho procuramos apresentar os principais pontos que caracterizam o realismo e o idealismo, buscando confrontar essas duas teorias. Nesse sentido, serão contempladas questões a respeito da existência, da verdade, do que é o conhecimento, do como conhecimento é atingido(os métodos), e em particular, será focalizado a concepção de conhecimento matemático nessas duas correntes filosóficas. Neste contexto, buscamos entender o papel que desempenhou o conhecimento matemático, em cada uma dessas filosofias. Na teoria de Platão (427-347 a. C.) existem, separadamente, dois lugares: o sensível e o inteligível. O conhecimento consiste em elevar-nos por meio da dialética do mundo sensível a uma intuição intelectual desse mundo supra-sensível, composto de Idéias. A matemática encontra-se no lugar inteligível, sendo propedêutica a dialética. As noções matemáticas não constituem idéias puras, mas refletem tais idéias e possuem seus protótipos no domínio das realidades eternas. No idealismo de Descartes é o raciocínio discursivo, na figura da matemática universal, que toma a posição de privilégio na escala do conhecimento. A
Matemática Universal é para ele a ciência geral que explica tudo o que se pode
investigar