Estresse oxidativo
Radical livre é definido como qualquer molécula, fragmento de molécula ou átomo que contém um ou mais elétrons desemparelhados na sua camada de valência [1]. Nos organismos dependentes de O2 (aeróbios), os radicais livres são freqüentemente produzidos a partir do funcionamento normal da célula, ou seja, do metabolismo celular, apresentando-se na maior parte na forma de espécies reativas de oxigênio (EROs) [2].
As EROs mais conhecidas e mais importantes em relação ao organismo são: oxigênio singleto (1O2), radical superóxido (O2-), radical hidroxila (OH-), óxido nítrico (NO), peroxinitrito (ONOO-) e radical semiquinona (Q-) [1]. O excesso dessas espécies no organismo está ligado aos mecanismos intermediários de doenças envolvidas com isquemia, inflamação – local ou sistêmica -, trauma, doenças degenerativas – como do sistema nervoso central –, morte celular por ruptura de membrana, inativação enzimática, choque hemodinâmico, septicemia, hepatites fulminantes, hepatite alcoólica, transplante de órgãos, insuficiência cardíaca e respiratória [3].
Para o bom funcionamento do organismo é necessário que haja a manutenção do equilíbrio entre a produção de radicais livres e as defesas antioxidantes (enzimas e moléculas não enzimáticas). Quando há uma diferença entre esses componentes, e o excesso de radicais livres no organismo ocorre o estresse oxidativo [2].
O estresse oxidativo está diretamente associado ao desenvolvimento de doenças crônicas através da destruição de diversas biomoléculas. A membrana é um dos componentes celulares mais afetados pelas EROs, devido a peroxidação lipídica que corresponde a oxidação destrutiva das estruturas ricas em ácidos graxos poliinsaturados, desenvolvendo alterações na estrutura e na permeabilidade das membranas. Em conseqüência dessa alteração, ocorre a perda de seletividade na troca iônica, liberando o conteúdo de organelas, como por exemplo, as enzimas hidrolíticas dos lisossomos, e formação de produtos