I am nity
Anderson Amyel Crispim da Silva1, Elri Bandeira de Sousa2
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo comprovar a hipótese de que o conjunto de romances que formam o ciclo de cana de açúcar, de José Lins do Rego, pode ser lido em forma de mega-narrativa, mesmo que levada a efeito por narradores diferentes. Com essa proposta de análise que toma como objeto aspectos estéticos da obra, pretendemos contribuir com a revisão da crítica de Lins do Rego que, em grande parte, recorre à biografia do autor para estudá-la. Visando delimitar temporalmente os eventos que marcam o início da derrocada dos engenhos de açúcar, realizamos a leitura crítica do ciclo a partir da segunda parte de Fogo morto, para só depois passar à leitura da primeira e terceira partes desse romance. Prosseguimos, então, com a leitura de Menino de engenho e, por último, de Doidinho, que perfazem o primeiro momento da mega-narrativa. Com essa ordem de leitura, detectamos e demonstramos a linearidade do processo que vai desde a formação dos engenhos até o começo da decadência destes. Evidenciamos, assim, a relação orgânica entre os romances estudados. Analisando a categoria tempo e comparando as diferentes vozes narrativas, comprovamos que elas dialogam e se retomam, de forma a articular um conjunto de intrigas que denominamos de mega-narrativa.
Palavras-chave: INTRIGA, FOCALIZAÇÃO, VOZES NARRATIVAS.
THE SUGARCANE CYCLE: JOSÉ LINS DO REGO’S MEGANARRATIVE
ABSTRACT:
The objective of this work is to prove the hypothesis that the body of José Lins do Rego’s novels which form the sugarcane cycle can be read as a meganarrative, even if carried out by different narrators. Following the purpose of the analysis whose goal is to take the aesthetic aspects of the novel, we intend to contribute for a revision of Rego’s criticism which, for the most part, turns to the author’s biography to study his work. Aiming at