espiritualidade medieval
Quem já entrou numa catedral gótica, construída neste período, facilmente nota a hierarquia que estava presente. “As catedrais eram enormes, de forma que era possível se sentir pequeno diante de tanta grandeza. Algumas catedrais tinham a luminosidade tão escassa que não era possível nem mesmo enxergar o teto. Do ponto de vista simbólico (e que acaba refletindo na espiritualidade), a idéia é que as pessoas ao entrarem nestes monumentos sentissem sua pequenez diante de Deus” (PIRES, 2005, p. 48). É evidente que este período foi marcado pela centralização dos símbolos e elementos da espiritualidade.
Mas, ao se aterem mais aos símbolos exteriores, acabaram se esquecendo da busca pela manifestação interior da espiritualidade. O fato de nem ao menos poderem ver o teto das igrejas evidenciava o aspecto grandioso de Deus que era “totalmente outro”, muitos o enxergavam como um ser inatingível e que precisava de intermediários sacerdotais para se comunicar com o simples cristão, daqui surgiu à figura de Maria como intercessora. “O povo ia á igreja não para entender o que se passava, mas para sentir a presença do sagrado, que é mistério, que eles não entendiam muito bem, mas sabiam que era grandioso” (PIRES, 2005, p. 49).
Enquanto de um lado os cristãos simples não entendiam bem o que se dava no campo da