Escravo no século xxi no pará
A escravidão, mesmo depois da abolição da escravidão em 13 de maio de 1888 através da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel, ainda hoje é um dos males que afligem muitos brasileiros neste início de terceiro milênio. A fiscalização contra o trabalho escravo é precária e as penas pouco eficientes ou pouco aplicadas.Trezentos anos de escravidão marcaram profundamente a história do Brasil: nossa gente, nossos hábitos, nossos costumes, nosso comportamento e o preconceito racial que persiste até os dias de hoje.
Apesar de tudo, existem em diversas regiões do Brasil denúncias da ocorrência de trabalho escravo. Hoje, não há dúvida de que a escravidão é um dos maiores crimes contra a humanidade.
A escravidão que persiste
O Brasil está entre os países em que ainda existe a peonagem ou escravidão por dívida. Aqui, trata-se basicamente de escravidão sazonal. O trabalhador é recrutado em regiões pobres, em especial entre filhos jovens de pequenos agricultores do Nordeste, sobretudo no Piauí e Maranhão, para ir trabalhar na Amazônia. Para disfarçar a escravização, a família recebe um pequeno adiantamento em dinheiro, o chamado “abono”.
É na Amazônia Legal que ocorre 75% dos casos, em particular em Mato Grosso, no Pará e em Rondônia. Os trabalhadores são empregados sobretudo na derrubada da mata para formação de novas fazendas de gado. Ao chegar ao lugar de trabalho, o peão descobre que está endividado pelo adiantamento recebido e pelas despesas de transporte e alimentação durante a viagem, dívida que crescerá em função das despesas com alimentos e ferramentas durante o período de trabalho, cobrados a preços arbitrários. Descobrirá que o que ganha é insuficiente para pagar a dívida sempre maior. Nem pode se demitir nem fugir, vigiado dia e noite por pistoleiros, para que não deixe de pagar a dívida. É uma retenção forçada do trabalhador. A vigilância é acrescida de variadas formas de aterrorização, através da violenta