escola e trabalho uma perspectiva histórica
Toda sociedade vive porque consome; e para consumir depende da produção. Isto é, do trabalho. Toda a sociedade vive porque cada geração nela cuida da formação da geração seguinte e lhe transmite algo da sua experiência, educa-a. Não há sociedade sem trabalho e sem educação (Konder, 2000, p. 112).
Antes, o trabalho é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, medeia, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua corporeidade, braços, pernas, cabeça e mãos, a fim de se apropriar da matéria natural numa forma útil à própria vida. Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza (Marx, 1983, p. 149).
O surgimento da exploração e da dominação de determinados grupos ou classes sobre outros aparece na história da humanidade com o surgimento do excedente e da disputa por sua apropriação. Este é o princípio e o fundamento da escravidão, do servilismo e das formas de exploração das sociedades divididas em classes como o modo de produção capitalista.
A relação entre os modos de produção, o conhecimento e educação nas sociedades antiga e medieval eram demarcados por um apartheid entre aqueles que eram cidadãos e os que eram escravos ou servos. O poder era, supostamente, dádiva divina e o cultivo do conhecimento era privilégio das classes dirigentes. A escravidão e o servilismo eram, assim, compreendidos como algo da ordem natural, derivados da vontade divina, criadora desta ordem. Por isso, a escravidão, servilismo e a exploração não necessitavam de ser dissimuladas. O escravo era concebido como um animal que falava. Capital e trabalho configuram as novas classes, não únicas, mas as fundamentais. O capital condensa em si, de forma