enzimas termoestáveis
Microrganismos capazes de crescer em temperaturas altas são chamados microrganismos termofílicos. Estes microorganismos produzem enzimas que podem crescer em ambientes com temperaturas acima de 55°C, e que são conhecidas como enzimas termoestáveis ou simplesmente termoenzimas.
Essas enzimas apresentam vantagens para a aplicação na industria, visto que processos biotecnológicos conduzidos em elevadas temperaturas têm o risco de contaminação por microrganismos mesófilos(desenvolve-se melhor em condições de temperatura moderada, entre os 15 e os 40 °C). A resistencia à altas temperaturas dessas enzimas faz com que as reações ocorram mais rapidamente, necessitando assim, de uma menor quantidade de enzimas. E, com as temperaturas mais elevadas, também favorecem a solubilidade de substratos e produtos, e aumentam as taxas de reação por redução da viscosidade e por aumento do coeficiente de difusão dos substratos. As enzimas termofílicas têm se mostrado tolerantes a desnaturantes como detergentes e solventes orgânicos, sendo também, de interesse em síntese orgânica.
Apesar das vantagens que as enzimas termofílicas oferecem para o uso rotineiro na indústria, a aplicação biotecnológica de microrganismos termofílicos tem sido muito limitada até agora. As razões para esta contradição são muitas, mas a principal delas está relacionada com o escasso número de linhagens termofílicas para a pesquisa de enzimas termoestáveis específicas.
As enzimas termoestáveis têm recebido considerável atenção da indústria por serem termoresistentes e por possuírem características importantes como estabilidade à temperatura e ao pH. Estas enzimas são principalmente hidrolases extracelulares e incluem as proteases, amilases, pectinases e celulases. Por isso, o isolamento de bactérias termofilícas para a produção de enzimas com novas propriedades é um objeto de grande relevância para a comunidade científica.