Envelhecimento: iminência da morte
Não ignoramos nossa mortalidade, mas não a sentimos, isto é, nos sabemos mortais , mas nos sentimos imortais.
A velhice – Nesta fase as defesas maníacas se
desgastam e se redobram os questionamentos espirituais e sobre o sentido da vida. A experiência do envelhecer modifica a relação do indivíduo com o tempo, logo, também com o mundo e sua história.
A velhice como um passado que cresce enquanto
diminui a possibilidade de futuro, devido a proximidade da morte. Hanna Segal sugeriu que o medo ics da morte pode estar subjacente na maioria dos surtos psicóticos na velhice.
A ideia de que a morte é “natural” na velhice nos confronta
pela implicação de que ela não é natural para nós (jovens). Talvez mais do que qualquer outra sociedade, nós conseguimos relegar a morte a um canto pequeno, periférico de nossa vida mental consciente. A morte acontece aos velhos, que, em todo caso, são semi-invisíveis em nosso mundo fenomenológico; tão invisíveis que talvez nos tornem incapazes de captar seus medos.
As perdas na velhice ocorrem numa sucessão tão
rápida que não há tempo suficiente para a resolução do luto de cada perda: aposentadoria, aptidão física, amigos, familiares.
A perda da identidade social. A mesma sociedade que prorroga a vida dos velhos não
sabe o que fazer deles e acaba decretando a morte social daqueles cuja vida prolongou
Como lidar de forma sadia com esta fase, como evoluir
e superar as crises acarretadas pelo envelhecimento?
Como afirma Sartre: “É o futuro que decide se o
passado está vivo ou não.” A orientação para o futuro ou para o projeto é, portanto, essencial para que a vida tenha uma plenitude de sentido. Como dizia John Lennon, a vida é o que acontece enquanto você está fazendo outros planos.