Ensino inter-religioso
Dora Incontri: A escola pública, em geral, não adota livros de ensino religioso, pois o governo não indica nem fornece esse tipo de material. Com exceção de São Paulo, onde é um professor, geralmente de história, que cuida dessa disciplina, no resto do Brasil candidatam-se à tarefa catequistas, pastores e padres, que lecionam como voluntários, já que, além de optativas, as aulas não são pagas. Isso é ruim, pois torna o ensino religioso confessional, doutrinário e favorável a uma única crença, sem incluir outras linhas espirituais minoritárias. As escolas particulares mais fechadas, especialmente as religiosas, privilegiam uma religião ou excluem a apresentação de outras práticas espirituais. Mas também existem as mais abertas, sejam católicas ou não, que optam por um ensino plural, inter-religioso, em que se incluem os vários caminhos espirituais. A mudança está começando por essas escolas, particulares e abertas, nos grandes centros urbanos. Mas isso ainda é considerado muito pouco.
Dora Incontri: O ser humano tem uma lado espiritual que precisa ser respeitado. Uma educação que não contemple