Ensino da filosofia no brasil
ALTAIR ALBERTO FÁVERO**
FILIPE CEPPAS
PEDRO ERGNALDO GONTIJO
SÍLVIO GALLO
WALTER OMAR KOHAN
O presente texto é resultado de uma pesquisa desenvolvida no Brasil em 2003, por solicitação da UNESCO, visando a mapear as condições do ensino de filosofia no país em seus diversos níveis, com especial ênfase na educação média.
Este texto foi produzido a partir das respostas a um questionário da UNESCO sobre ensino de filosofia.
A primeira trata das disciplinas de filosofia nos espaços curriculares do ensino médio analisando, para tanto, o contexto legal e as mudanças introduzidas pela Lei n.
9.394/96, bem como a trajetória da discussão em torno do projeto de lei complementar que previa a substituição do artigo 36 da LDB; em seguida apresenta um mapa detalhado do funcionamento dos cursos de filosofia em cada região do Brasil; a filosofia nos demais níveis de ensino (fundamental e superior); e, por fim, um balanço da atual configuração do ensino de filosofia no ensino médio. A segunda parte trata dos programas, métodos e materiais de apoio utilizados no ensino de filosofia no ensino médio. A terceira parte passa em revista a formação dos professores de filosofia e o exercício profissional.
I. As disciplinas de filosofia nos espaços curriculares do ensino médio
Contexto legal e mudanças recentes
Como sabemos, o artigo 36 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96),1 determina que, ao final do ensino médio, todo estudante deverá “dominar os conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania”. Dentre os argumentos mais utilizados para defender o ensino transversal da filosofia, em oposição a um ensino disciplinar, três são recorrentes.
O primeiro diz respeito à precariedade da formação de professores de filosofia para o ensino médio em âmbito nacional.
O ensino da filosofia no Brasil: um mapa das condições atuais
Permanece, entretanto, a