Ensaio sobre Capitu
LITERATURA BRASILEIRA II
ENSAIO SOBRE CAPITU
• PONTOS INICIAIS Na atualidade, é mais do que comum vermos grandes obras e invenções criadas fora de nossa pátria, fazendo com que, por certas vezes, passemos a inferiorizar aquilo que nasce aqui. Essa visão (bastante) atual pode ser dada por falta de qualidade presente na literatura e até mesmo em artes presentes aqui hoje em dia. Porém, se abrirmos os horizontes e pensarmos num todo, em escritores e artistas de outros tempos que marcaram nossa história, vemos que o hoje é só apenas uma fase distinta daquilo que se passou, e não uma prova de incompetência criativa. A prova disso está em Machado de Assis. O mulato, gago e que teve poucos estudos nascido em 1839 revolucionou a forma da literatura brasileira. Toda sua obra - de teatro á críticas literárias - não são nada menos que brilhantes, devastadoramente belas e um orgulho nacional. Machado nos fez ver algo muito além de personagens e enredo. Machado nos fez ver vida, alma, sentimentos, essência. Foi o mulato que criou personagens de tamanha complexidade e profundidade sentimental, capaz de arrebatar leitores e os conquistar. Impossível para nós, leitores, esquecermo-nos do marcante Brá Cubas com sua arrogância e determinação em ser lembrado; ou Quincas Borba e suas batatas roubadas pelo casal Palha; ou até mesmo o enredo de Iaiá, Jorge e Estela. Foram personagens criados minuciosa e determinadamente, tão presentes na obra e sempre psicologicamente ligados a um ideal. Machado nos presenteou com obras belíssimas, citando problemas atuais em seu tempo, fazendo com que repensássemos mais sobre a alma humana e sobre suas atitudes. São por estes passos que seguimos com Dom Casmurro. A obra que faz parte da fase madura do autor é, de longe, sua maior criação. Talvez, aqui dentro, nada nunca tenha equivalido a uma obra tão complexa e bem escrita como esta, que além de deixar aos estudiosos uma dúvida eterna, faz