A presença da obra Otelo em Dom Casmurro
Esta análise tem como objetivo o estudo da influência da obra Otelo, de William Shakespeare, no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
William Shakespeare (1564-1616), nasceu em Stratford-Upon-Avon, na Inglaterra. Destacou-se como um dos melhores dramaturgos. Viveu no Período Elizabetano, época em que a rainha Elizabeth I foi coroada. Esse período é conhecido também como Era Dourada, marcado pelo otimismo, onde ocorreram várias mudanças na política, educação e também nas artes.
Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) nasceu no Rio de Janeiro. Escritor eclético, que trabalhou com teatro, conto, poesia, crônica, crítica e romance. Sua obra pode ser dividida em duas fases, sendo a primeira vinculada à em escola romântica, conhecida como fase preparatória e a segunda, a fase da maturidade, marcada por romances realistas. É nesta última fase que Machado de Assis escreve Dom Casmurro.
O realismo surge no Brasil em uma época marcada por um acelerado declínio da monarquia, resultante dos ideais republicanos, consequente da guerra do Paraguai (1864-1870).
Dom Casmurro foi publicado em 1899, narrado em primeira pessoa por Bento Santiago, e é uma obra marcada pelo tempo psicológico, sendo relatada em flash back.
Quanto ao estilo, é uma obra que apresenta digressões, diálogo com o leitor, uso de comparações e metáforas, citações frequentes e metalinguagem.
A intertextualidade é um recurso presente na obra, podendo citar como exemplo Faustus, de Goethe, Ilíada, de Homero e Otelo, de Shakespeare, sendo o último tomado como referência de análise.
Por ser uma obra narrada em primeira pessoa, em que o personagem Bento Santiago conta suas memórias com a finalidade de atar duas pontas de sua vida, temos que levar em consideração que ele apresenta seu ponto de vista, conduzindo a narrativa, defendendo sua reputação e exibindo provas para convencer o leitor da culpa de sua mulher.
Tanto na obra Dom Casmurro