Ensaio etnográfico das imagens identitárias cariocas
Fabiano Gontijo
O artigo “Carioquice ou carioquidade? Ensaio etnográfico das imagens identitárias cariocas” do autor Fabiano Contijo, inserido na obra Nu e Vestido, ressalta características que configuram imagens identitárias cariocas. Segundo ele, os sinais visuais que captamos ao longo de interações sociais, resultam em uma construção de aparências corporais baseadas por algumas ritualizações. Nessa perspectiva, o autor contextualiza a ocupação do espaço territorial da cidade, abordando as reformas de alguns bairros que levou a origem da zona norte e da zona sul e a divisão ou a classificação desse espaço que interfere até mesmo nas atividades, nas relações e no comportamento dos cariocas. É como uma espécie de oposição social e cultural, onde dependendo da área, zona norte ou zona sul, os indivíduos de cada região, terão diferentes aspectos culturais como características. O autor trabalha a ideia de que com a chegada dos emigrantes nesses lugares, foi surgindo estruturas particulares e práticas sociais diferentes, formando imagens identitárias cariocas ligadas ao modo de vida, a cor da pele em relação ao contato com a praia, as festas, dentre outras coisas. O interessante a se notar, é como se formou nesses espaços de oposição, uma realidade diferente de viver e hábitos que constituem o status anexado de cada território, não só as zonas já citadas, como outros bairros que criam o efeito que o autor chamou de “miamização”. Seguindo, o autor explana o lugar central do Rio de Janeiro, que seria a praia, lugar onde o corpo bronzeado, a aparência morena, é valorizada e representa o ideal carioca. A praia faz parte do ritual que retrata o carioca, como diz em trechos da música Carioca, de Adriana Calcanhoto, “cariocas são dourados”, “cariocas não gostam de dias nublados”, exposta no texto.