Seexualidde

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Resumo: as identidades sociais se criam através das experiências sucessivas da pluralidade e da alteridade e se negociam e se reformulam por meio de rituais. O carnaval do Rio de Janeiro, enquanto conjunto ritual, serve de lugar de reformulação identitária para homens estigmatizados em razão de suas práticas sexuais com indivíduos do mesmo sexo biológico. Até os anos 80 as identidades homossexuais baseavam-se no arbitrário de um sistema tradicional hierárquico dos gêneros; atualmente, observa-se uma fragmentação das referências identitárias como conseqüência social e cultural da epidemia de HIV. A diversificação identitária leva-nos a falar de imagens identitárias fluidas baseadas em aparências corporais e formuladas em situações ritualizadas. Procuramos aqui caracterizar a participação homossexual em situações do carnaval carioca, como os desfiles de bandas e blocos, alguns considerados “oficialmente” como sendo gays – Banda Carmen Miranda. Aplicando a análise situacional aos desfiles da Banda Carmen Miranda, apresentamos a maneira como travestis, homossexuais afeminados, entendidos (versão latina do macho man norte-americano) se opõem às drag queens, aos jovens homossexuais “malhados” (barbies) e aos membros do que chamamos provisoriamente de “movida G.L.S.” (gays-lésbicas-simpatizantes) no cenário carnavalesco do Rio de Janeiro e, a partir daí, criam e recriam situacionalmente a diversidade de suas imagens identitárias.
Por oposição às outras manifestações, consideradas demasiado comerciais e, por conseguinte, pouco “carnavalescas, o “carnaval de rua” do Rio de Janeiro é representado como um espaço de espontaneidade, descontração e volta aos “valores tradicionais” do autêntico “espírito carnavalesco”. O “carnaval de rua” é caracterizado pelo conjunto de manifestações festivas – bandas e blocos -, mais ou menos informais, que acontecem em espaços abertos.
Com o intuito de dar nova vida a essas manifestações então moribundas, ainda existentes em cidades menores

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