Encontro marcado com a loucura
A historia de Maria, uma mulher com 26 anos, viúva, venho da Bahia, tem uma filha de seis anos, e que tem uma historia comum, como qualquer outra.
Sua historia psiquiátrica teve inicio há quatro meses, sem nenhum antecedente anterior. Começou a ficar triste sem vontade de sair, comer, e começou a ouvir vozes frequentemente, dizendo-lhe que deveria se matar.
Tentou suicídio duas vezes, foi internada, a crise foi contida com os remédios, não pensa mais em se matar, mas tem medo de voltar para casa e começar tudo novamente.
Foi diagnosticada depressiva com sintomas psicóticos. Perdeu seu marido em um acidente, e logo após o fato, começaram os sintomas, segundo os médicos, a descontinuidade da vida, fez com que Maria ficasse perplexa. Segundo Bion, o continente de Maria foi explodido pelo contido impensável da morte súbita, do abandono ilógico.
Maria precisa ter alguém que a ajude a pensar nestas questões, pois os remédios não o fazem.
Segundo Pessutti “ Se entendermos a loucura como perda das capacidades racionais ou falência do controle voluntario sobre as paixões, uma historia da loucura deveria começar, praticamente com a historia da espécie humana”.
Na Grécia antiga, segundo Homero, “ Todo ato insensato é determinado pela ação dos deuses, ou porque seus caprichas determinam o rumo dos acontecimentos ou porque deliberadamente roubam do homem a razão”. Esta concepção persiste nos dias de hoje.
Dois séculos depois, encontramos nos textos trágicos de Ésquilo, Sófocles e Eurípides, descrições de diferentes forma da loucura, onde podemos encontrar, delírios, desvario, mania, etc. A partir destes descritos podemos ver a mudança da perspectiva de Pessotti : Assim, parece legítimo falar-se de uma concepção de loucura, segundo Eurípides, ou Sófocles, ou Ésquilo, mesmo admitindo-se que nenhum deles pretendeu explicar a psicopatologia humana, mas sim, retratar a vida humana com seus dramas e aberrações.