Encontro marcado com a loucura
REFLEXÃO
ENCONTRO MARCADO COM A LOUCURA
ENSINANDO E APRENDENDO PSICOPATOLOGIA (Tânia Cociuffo)
Encontro Marcado com a Loucura (Ensinando e aprendendo Psicopatologia).
O título apresentado acima, do livro de autoria da professora Tânia Cociuffo, por si só diz por quais águas o ensino de sua disciplina navegará.
O encontro a que se refere é o encontro empírico, literal da palavra, o qual dará embasamento a todo ensinamento e aprendizado teórico da psicopatologia e principalmente àquele que não se encontra na teoria, mas na vivência subjetiva de cada sujeito.
O encontro marcado com a loucura é antes de qualquer coisa o encontro consigo mesmo e este não pode ser ‘apreendido’ em nenhuma literatura científica.
O livro é uma reflexão sobre o ensino da psicopatologia, disciplina teórica-prática, fazendo diversos caminhos que, ao final da trilha (que nunca é realmente é um final), convergem para o mesmo ponto, a saber, a condição humana.
Tânia faz uma breve descrição da história da loucura, passando pela introdução da psiquiatria e das instituições manicomiais até os dias atuais, assim como sua experiência adquirida pelo contato dos seus alunos nestas instituições.
No relato de seus alunos fica patente que as condições em que se encontram os pacientes internos de instituições psiquiátricas causa revolta e indignação. E acho bom que assim seja, mas a autora traz um comentário que merece
atenção:
“As instituições psiquiátricas onde se realizam as aulas práticas refletem um momento de atuação e de concepção de doença mental que, gradualmente vai sendo revisto. (...) Longe de concordar com a violência do cotidiano nas práticas institucionais, acompanho o desenvolvimento lento com que esse tipo de prática vai se modificando.” (p. 97)
Essa fala da autora abre caminho para uma reflexão sobre o desenvolvimento das práticas na saúde mental. O desenvolvimento lento é uma realidade da qual não podemos escapar, pois qualquer