Empresabilidade
Em pesquisa solicitada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) a professores da faculdade de economia da UFF, com a coordenação da professora Ruth Helena Dweck, descobriu-se que o fator beleza é um ponto muito considerado pelo mercado de trabalho. Ou seja, os estudos comprovaram que o mercado usa a aparência como forma de seleção.
A partir da década de 80, a aparência física começou a ser um fator importante, influindo nos rendimentos e salários das pessoas. Esta variável acaba explicando os motivos do crescimento e das transformações por que vem passando o setor de estética e higiene pessoal ao longo dos últimos anos, no Brasil e no mundo.
“A exigência da boa aparência tem estimulado os investimentos em beleza”, diz a professora Ruth Helena. A maioria das mulheres e um percentual de homens se preocupam com a aparência e por isso compram produtos para melhorá-la. As mulheres de baixa renda comprometem, proporcionalmente, uma parcela maior de sua renda com cosméticos do que as mulheres de renda mais elevada.
O estudo aponta que o setor de higiene pessoal movimenta mais do que o dobro do setor de cosméticos, pois vende para as classes C e D. Do ponto de vista empresarial, a relevância dos investimentos se expressa no surgimento constante de novos produtos, criados para atender uma demanda cada vez mais diversificada, que reflete as influências da moda, da mídia e dos movimentos sociais, que valorizam certos aspectos culturais ou raciais. “A mídia influencia muito esse modelo de beleza”, confirma a professora.
Isso também é agregado ao crescimento da longevidade da população, associado ao medo de parecer velho. Ruth ainda disse que é uma preocupação que deixou de ser apenas feminina, e passou a ser motivo de atenção dos homens. Não é por acaso que no Brasil os produtos mais vendidos são os destinados ao tingimento de cabelos (isto inclui tinturas, alisantes, fixadores e