Emergencia Hipertensiva
CONCEITO E DEFINIÇÃO DE CRISE HIPERTENSIVA:
Por crise hipertensiva entende-se uma elevação aguda e sintomática da pressão arterial, o que torna necessária a redução imediata desta para evitar danos agudos em órgãos-alvo e morte. Apesar de teoricamente simples, a abordagem das crises hipertensivas na prática diária tem sido objeto de muitas controvérsias, relacionadas principalmente ao diagnóstico correto, à definição de emergência e urgência, bem como à escolha da terapêutica adequada e à sua aplicação correta nas diferentes situações em que ocorrem. Tal fato assume maior importância quando se considera que o diagnóstico correto e o tratamento adequado previnem as graves complicações decorrentes dessa situação médica. No entanto, tem-se verificado que muitas vezes as recomendações dos organismos internacionais não têm sido efetivamente empregadas na prática clínica. Além disso, são escassas as informações disponíveis em nosso meio relativas à prevalência e às condições de atendimento da crise hipertensiva1.
As doenças crônicas não-transmissíveis são responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo.
Hipertensão primária não tratada pode progredir para crise hipertensiva em 1% a 2% dos casos por razões desconhecidas2. Crise hipertensiva é mais freqüente entre negros, fumantes, mulheres em uso de anticoncepcional, classe social de nível inferior ou paciente submetido a alto grau de estresse; portadores de hipertensão secundária renovascular e com excesso de catecolaminas como feocromocitoma; envolvidos com uso de cocaína4; pacientes que suspenderam abruptamente o uso de alfa-2-agonistas5 ou betabloqueadores5 ou álcool; e aqueles não aderentes ao tratamento com anti-hipertensivos orais3.
A crise hipertensiva pode ser de dois tipos: Urgência e Emergência Hipertensiva5. Na urgência hipertensiva, o aumento da pressão arterial (PA) não representa risco imediato de vida e nem dano agudo a órgãos-alvo, portanto, nessa