O mito El Cid é muito bem retratado em duas obras de características e épocas distintas: no “Poema de Mío Cid” e no filme “El Cid”. Por ser muito extenso estudamos somente um trecho do poema, neste El Cid já é um homem de idade avançada e sua história é contada à partir do momento que o herói já fora desterrado pelo rei e percorre povoados seguindo em direção à corte. Rodrigo é visto com pena pelos demais vassalos que por ordem do soberano lhe negam hospedagem. Perdoado pelo rei e de volta à corte, El Cid tenta recuperar a honra perdida de suas filhas que depois de casadas com os de Carrión - nobres de carater duvidoso - são devolvidas ao seu pai. Para honrá-las ele pede ao rei que permita que as moças se casem novamente com outros nobres, este desejo lhe é concedido e em seguida o autor relata a morte do Campeador. O filme tem uma perspectiva diferente, pois talvez para trazer o enredo para mais próximo dos dias atuais, a história se passa durante a criação da nação espanhola. Começa no momento em que Rodrigo, solteiro e de meia idade, recebe dos mouros o apelido de Cid ( “senhor” em árabe) por ser respeitoso com seus adversários. A questão da importância da honra no período medieval é destacada em vários momentos, como quando Rodrigo quer recuperar a honra de seu pai - perdida quanto o pai de Jimena ofende o patriarca Díaz – e para isto é capaz de matar aquele que seria seu sogro. Jimena por sua vez espera recuperar a honra de seu falecido pai com a morte de seu grande amor, Rodrigo. O casamento entre El Cid e Jimena só ocorre depois que o cavaleiro vence um duelo e além de conquistar mais uma cidade para seu soberano, recebe a mão da moça como prêmio. Dessa união conturbada surgem as duas filhas de Cid que fazem parte do trecho do “Poema de Mío Cid”. O filme retrata a luta pelo poder entre os herdeiros do trono da região de Castilha. Em meio à disputas, aprisionamentos e assassinatos El Cid fica mal visto pelo novo rei e se vê obrigado a afastar-se