Educação
BENEDICTUS DE SPINOZA
E
m seu livro, A Alegria na Escola, Georges Snyders afirma a escola como o lugar da alegria. Sua proposta pretende fundamentar-se em três temas: uma ambição de renovar a
escola; o papel essencial da escola no preparo dos jovens para o futuro, para a vida adulta, e em particular para uma profissão e o tempo que o jovem passa na escola: quase toda a sua juventude. O problema que se põe então para Snyders, é o de unir estes dois temas: “para dar alegria aos alunos, coloco minha esperança na renovação dos conteúdos culturais” (1988, p. 13). Por último, mas não menos importante, o tema da exigência de satisfação na escola; pois, segundo Snyders,
“lógica e normalmente”, sendo até mesmo “sua definição etimológica, a escola deveria ser lugar de satisfação, de satisfação cultural”. Agora, o problema “é a falta de satisfação, a nãosatisfação na escola” (1988, p. 15), pois a proposta de Snyders é de
[...] encontrar a alegria na escola no que ela oferece de particular, de insubstituível e um tipo de alegria que a escola é a única ou pelo menos a mais bem situada para propor: que seria uma escola que tivesse realmente a audácia de apostar tudo na satisfação da cultura elaborada, das exigências culturais mais elevadas, de uma extrema ambição cultural? (1988, p. 13)
Esta satisfação buscada em nada assemelha-se ao comum e cotidiano contentamento juvenil (como por exemplo, estar no “shopping”, estar com a “turma”), pois “trata-se de conhecer alegrias diferentes que as da vida diária”; trata-se de “coisas que sacodem, interpelam, a partir do que os alunos mudarão algo em sua vida, darão um novo sentido a ela, darão um sentido a sua vida”. Na realidade, a satisfação que a escola proposta por Snyders busca, “é uma satisfação capaz de transformar os alunos”, não vinculada à iluminação e nem à inspiração, mas nem por isto deixando de “ir em direção a uma grande obra, uma