Educação Moral e Cívica do Regime Militar
do regime militar brasileiro,
1964-1985: a filosofia do controle e o controle da filosofia
Wilson Francisco Correia
Durante o regime militar brasileiro, entre 1964 e 1985, a filosofia foi preterida de nosso sistema de ensino em benefício da educação moral e cívica. Nesse período, vigorou uma metodologia de controle fundada na repressão pela violência e na ideologia do convencimento das consciências nacionais favorável ao regime autoritário, razão pela qual se fez necessário que se controlasse a filosofia. Com base nesse fato histórico, este estudo realizado segundo as regras metodológicas da pesquisa bibliográfico-documental, expõe e analisa alguns aspectos dessa temática. O resultado a que chega é que a exclusão da filosofia das escolas brasileiras durante o regime militar nos serve de exemplo a ser observado, para que hoje quando a filosofia volta a ser obrigatória, não corramos o risco de ver sua cidadania curricular malograda mais uma vez.
Doutorando em Educação pelo PPGE/FAE/Unicamp;
Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da
Educação – Unicamp.
Campinas – SP [Brasil] wilfc@2002yahoo.com.br E n s a i o s
Palavras-chave: Educação moral e cívica. Ensino de filosofia.
Regime militar.
EccoS – Revista Científica, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 489-500, jul./dez. 2007.
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Introdução
O que aconteceu no Brasil no dia 31 de março, véspera do dia da mentira, bem que poderia não ter sido verdade. Mas foi. A história registra essa data como aquela em que uma junta militar deu o golpe de Estado e assumiu o comando de nosso País. Forças nada ocultas brotaram, sobretudo de Minas
Gerais e do Rio de Janeiro, e ganharam Brasília. No Distrito Federal, fizeram com que o poder legítimo cedesse lugar ao das armas da ditadura para sufocar as liberdades individuais e coletivas, em especial as de pensamento e