EDUCAÇÃO ESCOLAR E CULTURA(S): CONSTRUINDO CAMINHOS
No texto, “Educação Escolar e Cultura(s): construindo caminhos, Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau, dizem que em inúmeros momentos de trabalho com docentes eles foram confrontados com perguntas que evidenciam a dificuldade presente entre o professorado, sendo que tais questões refletem visões de cultura, escola, ensino e aprendizagem que não dão conta dos desafios encontrados em uma sala de aula. Ambos defendem que em um país como o Brasil, não é possível esquecer da desigualdade, mas considerando as especificidades e a complexidade do panorama social e cultural deste início de século, sugerem que a concepção de justiça curricular se amplie e se compreenda como a proporção em que as práticas pedagógicas incitam o questionamento às relações de poder que, no âmbito da sociedade, contribuem para criar e preservar diferenças e desigualdades. Sendo que para construir o currículo com base nessa tensão irá requerer do professor nova postura, saberes, objetivos, conteúdos, estratégias e novas formas de avaliação. Portanto, o maior propósito deles é estimular os colegas a construírem e desenvolverem novos currículos de forma autônoma, coletiva e criativa.
A respeito da “centralidade da cultura”, os autores focam a importância da cultura no mundo contemporâneo, o qual, segundo eles, tem sido enfatizada por autores de diferentes tendências: Baudrillard, apud Featherstone, Raymond Williams, Edward Thompson, Giroux e Hall, os quais afirmam, enfatizam e reafirmam a centralidade da cultura no cenário contemporâneo e ressaltam seu papel constitutivo em todos os aspectos da vida social. Pois no âmbito do pensamento pós-moderno, a cultura adquire um papel cada vez mais significativo na vida social, trazendo à tona os equívocos envolvidos na visão da cultura como mero reflexo da infra-estrutura produzindo, rejeitando e compartilhando significados, ou seja, a cultura é uma das condições constitutivas de existência