Eduardo Galeano Texto
Eduardo Hughes Galeano, fora um ícone da literatura latino-americana, em suas obras, ele pensava na América Latina como parte de nossa identidade, e esta, no sentido mais amplo da palavra. Serviu como aporte para nossas raízes, bem como, chave para as respostas de nossas angústias, enquanto latinos. Galeano contribuiu de forma direta para o processo de criação de uma nova ideologia política, onde esta fez com que o seu povo, pudesse (se) enxergar frente à realidade em que estavam inseridos.
Galeano deu vez, e voz, a sua gente, as suas percepções. Ademais, ao ser perseguido durante a ditadura, mostrou-se polivalente, e, em seu exílio, produziu obras, que sem sombra de dúvida, fomentaram ainda mais sua grandiosidade estilística, bem como, sua maturidade poética. Em suas obras, o autor, personificava e enaltecia o seu povo, de certa forma, humanizava, o que fora tratado como escoria, em uma sociedade voltada ao capitalismo desenfreado. Em sua obra mais marcante, “As Veias Abertas da América Latina”, o uruguaio, analisa a histórica exploração econômica do continente, o que causou revolta em sua época, por deflagrar em seu povo, um sentimento de repulsa, pois, de forma poética, ele era mais um cidadão, que acompanhava de perto o martírio que fora a ditadura militar.
Las venas abiertas de América Latina, título original, de sua obra, merece destaque, pois quando nos referimos ao atual cenário político mundial, é notório que estas “veias”, continuam pulsando, tanto quanto a gana que o povo tem por mudanças, de forma utópica, talvez, mas jamais deixemos de acreditar; quer seja na nossa mudança, quer seja, ao nosso redor. A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
Eduardo Galeano
Uma certeza nós