edipo rei
"Não tenhas medo da cama de tua mãe: quantas vezes em sonho um homem dorme com a mãe!"
(Jocasta a Édipo)
O mito de Édipo é um dos mais empolgantes entre os inventados pela genialidade do povo grego. A fábula edipiana, além de ter sido objeto de encenação pelos três maiores poetas dramáticos do período ático da Grécia antiga (Ésquilo, Sófocles e Eurípides), teve um largo sucesso na história do teatro no Ocidente: o dramaturgo romano Sêneca, o inglêsShakespeare, o francês Corneille, o norte-americano Eugene O'Neill, entre tantos outros, inspiraram-se no mito de Édipo para elaborar peças imortais. Além do Teatro, esse mito influenciou a realização de obras ficcionais do gênero narrativo e lírico. E não somente a literatura, mas também outras artes tiveram sua fonte de inspiração no mito de Édipo: pintura, escultura, cinema, televisão. Mas, sem dúvida, o que mais contribuiu para a vulgarização desse mito foi o interesse do cientista e pensador austríaco Sigmund Freud, o pai da psicanálise. Foi ele que transformou o mito em "complexo de Édipo", revolucionando os estudos da psicologia pela descoberta do pansexualismo e da imensa força do inconsciente no comportamento humano.
O mito A tradição oral e escrita sobre a figura de Édipo narra que os soberanos de Tebas, Laio e Jocasta, ao saberem pelo oráculo de Delfos que o filho nascedouro seria o assassino do próprio pai, decretam a morte do recém-nascido. O bebê, salvo por um pastor, é entregue aos soberanos de Corinto, Políbio e Peribéia (no texto de Sófocles a mãe adotiva de Édipo é chamada de Mérope), que o criam como filho. Já moço, Édipo ouve insinuações sobre a sua verdadeira filiação. Para esclarecer a dúvida, vai interrogar o oráculo de Delfos que lhe revela que mataria o pai e casaria com a mãe. Na tentativa de evitar a terrível predição, ele foge de Corinto e, a caminho para Tebas, durante uma altercação numa encruzilhada, acaba matando um desconhecido,