Édipo Rei
Édipo carrega o fardo pesado da maldição familiar, que o leva de forma cega e involuntária, para a violação de limites. Por duas vezes o herói salvou a cidade de Tebas: quando decifrou o enigma da Esfinge e quando aceitou ser o seu próprio juiz, investigando sem medo a sua verdade e cumprindo a punição dos crimes absolutamente involuntários. Maldito e bendito ao mesmo tempo, inocente e culpado, Édipo vai cair em hýbris e cometer crimes terríveis; mas também vai libertar o seu povo, vai ser um excelente rei e vai purificar a peste de Tebas com a sua coragem e o seu auto-sacrifício.
Nas situações limites o herói cai em hýbris. É justamente a hýbris de Édipo que o leva ao conhecimento pessoal. Sem a hýbris, Édipo não teria coragem para desvendar a sombra que se ocultava dentro de si.
É importante compreender a estrutura da tragédia, na qual temos dois elementos principais: o coro e a personagem trágica. Édipo Rei, o coro é formado pelos anciões de Tebas e está presente nos momentos cruciais como: a consulta de Édipo ao cego profeta Terésias, o desespero de Édipo ao desejar morrer após desferir o golpe em seus olhos, e na contemplação do trágico desfecho do herói.
Édipo é um herói trágico que não teve saída de sua própria condição de filho de Laio , rei de Tebas, e de Jocasta e de ter concretizado a maldição de matar o pai, casar-se incestuosamente com sua mãe. Ele é um homem que se equilibra entre a virtude e o vício, que passou da felicidade à infelicidade em conseqüência de um erro.
Édipo passa da dita à desdita através de peripécia, quando tentando ouvir do servo da casa de Laio, uma resposta para viver tranqüilamente com Jocasta, livre do destino infeliz, terá o reconhecimento de que assassinou seu próprio pai e