Economia - juros
CARLOS ALBERTO ALVES CORREIA
Vinte anos atrás uma propaganda na televisão perguntava: “Tostines é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?”. Estava criado o Paradoxo de Tostines. Duas décadas depois a discussão sobre a taxa de juros no Brasil parece querer criar um novo bordão: “A taxa de juros é alta porque o país não cresce ou o país não cresce porque a taxa de juros é alta?”. E tanto uma pergunta quanto outra nos leva a resposta nenhuma. Ou a qualquer uma. A dificuldade de se entender (ou de se explicar) a questão da taxa de juros já foi justificada pelo pouco acesso às informações. Entretanto, a cada dia que passa a mídia nos bombardeia com mais informações sobre as implicações da alta (ou da queda) dos juros, os “porquês” desta ou daquela decisão do Banco Central, e quanto mais informações recebemos, mais distantes ficamos da realidade. Qual seria o problema: falta de qualidade nas informações, necessidade de um conhecimento técnico acima da média ou a idéia é mesmo não dar idéia nenhuma? O artigo em anexo, alerta para o fato do país continuar atraindo investimentos externos, apesar da crise internacional, e para os riscos da valorização do real frente ao dólar. Lembra também que apesar da taxa de juros ter caído nos últimos meses, ela continua entre as maiores do mundo, e que apesar disso o país pouco sentiu a crise internacional. Mais e mais paradoxos. O conceito de juros não é novo, e remonta os primeiros registros de civilizações existentes. Na antiguidade, progredia na Babilônia. Durante a Idade Média, foi condenado pela Igreja Católica, sendo considerado um pecado (“Pecado da Usura”). Somente foi “perdoado”, para sorte dos banqueiros, pelas mãos de Martinho Lutero (Reforma Luterana) e de João Calvino (Reforma Calvinista). O juro é, em uma definição formal, a taxa cobrada a partir de todo capital emprestado por um determinado período de tempo. A porcentagem do principal que é paga como taxa (o juro), por