Economia criativa
Armando Dalla Costa*
Elson Rodrigo de Souza-Santos**
RESUMO - Nas últimas duas décadas ganhou força um novo ramo de estudo denominado
“economia criativa” ou “economia cultural” que tem como foco as atividades baseadas no capital intelectual, que representa oportunidades para indivíduos, empresas, regiões e países fomentarem a geração de riquezas, impulsionar o crescimento econômico, geração de empregos e desenvolvimento. Nesse escopo podem ser colocadas atividades como design, arquitetura, turismo, produtos culturais, mídias, desenvolvimento de games, entre outros, que têm como linha mestra e principal insumo a criatividade. Estes “novos” produtos representam valores crescentes de participação na produção de riqueza e no comércio internacional. Em função de sua importância crescente, esta nova economia criativa desperta interesse de governos, através de estudos e políticas para fomentar o setor. Inicialmente esta atividade foi identificada na Austrália e GrãBretanha e depois expandiu-se para outros países, inclusive o Brasil, onde conta com apoio do
SEBRAE e do BNDES. Este texto propõe-se a analisar o papel e o funcionamento desta nova parcela da economia.
Palavras-chave: Economia criativa. Criatividade. Capital intelectual.
1 INTRODUÇÃO
A “economia criativa” ou “economia cultural” tem como matéria-prima a criatividade, abrangendo atividades relacionadas à design, moda, arquitetura, artes, produção cultural, cinema, turismo, mídia entre outros. Em números, tomando como exemplo uma grande metrópole como Buenos Aires, a cadeia da economia criativa correspondeu a 9% do produto gerado, 9,5% dos empregos e à adição de US$ 4,3 bilhões para a cidade, entre 2003-2007 (Unesco, 2010,
p. 54). No Brasil, as estimativas apontam à participação da cadeia criativa no PIB brasileiro em
2006 de cerca de 16,4%, o equivalente a R$ 381,3 bilhões, impulsionados principalmente pelos segmentos de arquitetura e moda