Economia criativa
MARÍLIA DE CAMARGO CESAR DE SÃO PAULO
Os executivos e empresários brasileiros precisam romper com os velhos padrões e conceitos ligados á economia da chamada era industrial e considerar seriamente os ativos que o país já possui e ainda pode desenvolver na nova era da criatividade. Aproveitar os bem-sucedidos exemplos nativos que fazem sucesso no mundo todo nos campos da música, do esporte e, agora, também do cinema, valorizá-los e construir uma indústria de excelência sobre esses valores é uma forma de melhorar a posição brasileira no chamado índice Global da Classe Criativa.
Este índice foi desenvolvido pelo economista americano Richard Florida, considerado um dos importantes pensadores econômicos (para não dizer gurus) da atualidade.
Numa entrevista exclusiva ao Executivo de Valor, o professor Florida, que dá aulas na Escola de Políticas Públicas da George Mason; University, em Fairfax, Virgínia, diz que gostaria de aprofundar seus estudos sobre as causas que levam o Brasil a apresentar um desempenho tão ruim quando o assunto é a economia criativa. Num ranking de 45 países realizado para o seu mais recente livro, "O Vôo da Classe Criativa" (Harper Business - 2005), o Brasil só ganha do Peru e da Romênia, ou seja, fica na 43a posição. "Vocês precisam começar a pensar a economia brasileira de uma nova forma. Pensar nela de um jeito holístico, como uma economia criativa. E a partir daí começar a compreender suas forças e suas fragilidades", diz Florida.
O Índice Global da Classe Criativa leva em conta o que Florida chama de três tês do desenvolvimento econômico: talento, tecnologia e tolerância. Os países que ocupam a dianteira nessa lista, Suécia, Japão e Finlândia, e em quarto lugar, os EUA, são mais capazes que os demais países de produzir tecnologia e pesquisa, atrair, reter e cultivar cidadãos