Eagleton

Teoria da Literatura
Terry Eagleton

Em “Teoria da Literatura”, Terry Eagleton elenca pontos importantes da história do estudo da literatura e da teoria literária. A tentativa de definição de literatura, de onde partiria a teoria, encabeça a explanação de Terry, que levanta algumas hipóteses sobre o conceito. Ele descarta, inicialmente, a literatura definida como escrita imaginativa, por conta da relatividade na definição do que seria ou não imaginação. Se não se pode estabelecer uma distinção entre o que é fato e ficção, não se pode, portanto, julgar o caráter literário de uma obra com base nessa premissa. A distinção entre fato e ficção, o conceito de realidade e não realidade são relativos. “Talvez a literatura seja definível não pelo fato de ser ficcional ou ‘imaginativa’, mas porque emprega uma linguagem de forma peculiar. [...] A literatura transforma e intensifica a linguagem comum, afastando-se sistematicamente da fala cotidiana.” p.2 Daí, a contextura e a desconformidade entre significados e significantes, o caráter abstrato, o ritmo e a ressonância, analisados no discurso, seriam marcantes na obra de cunho literário. Para os formalistas russos, essa culminância de idéias se deu ainda na década de 20. Esses militantes rejeitaram as críticas simbolistas e procuraram focar no texto literário propriamente dito.
O formalismo foi “a aplicação da lingüística ao estudo da literatura”. Para eles, “à critica, caberia dissociar arte e mistério e preocupar-se com a maneira pela qual os textos literários funcionavam, na prática”, p.3. Um texto literário, com suas estruturas específicas, agora, materializado, poderia ser desmembrado e analisado por partes, com seus mecanismos, tal qual uma máquina. A reflexão e pessoalidade por traz da escrita, trazidas pelo autor, a expressão de seu pensamento à luz de aspectos sociais, culturais, econômicos, não mais teriam sentido ou relevância.
Para Eagleton, não existe uma teoria literária, que se origine da literatura e