Resumo de "a ideia de cultura", eagleton
Eagleton (2005), em sua obra “A ideia de cultura”, aponta as principais complexidades a respeito da palavra “cultura”: um conceito derivado daquele de natureza. O autor afirma, ainda, que a cultura, a mais nobre das atividades humanas, é uma derivação de trabalho e agricultura, colheita e cultivo; o processo linguístico que levou ao uso do termo “cultura” como atividade ou entidade foi lento e complexo. Inicialmente, como um processo completamente material, o conceito transformou-se, com o tempo, em questões espirituais (metaforicamente), o que remete à própria transferência humana de uma existência rural à vida urbana, de nomadismo e agricultura de subsistência às artes, de meros instintos de sobrevivência às descobertas da ciência. Como possível interpretação, há uma referência ao pressuposto de que os habitantes urbanos são “cultos”, e aqueles que vivem em regiões rurais não o são, pois o cultivo da terra não os proporciona tempo para cultivarem a si mesmos. Como raiz etimológica da palavra “cultura”, é apresentada sua origem latina, colere, que pode tanto significar cultivar e habitar (colonialismo) quando adorar e proteger (culto religioso). O significado atual de cultura encontra-se entre esses dois polos, dotando-se de uma ambivalência ainda desprovida de um consenso absoluto, entre as esferas religiosa, artística, econômica, política, entre outras. A cultura pode ser vista como um meio de auto-renovação constante da natureza e, assim, a própria natureza produz os meios de sua transcendência, sendo sempre, de maneira ou outra, cultural. As culturas, portanto, são construídas com base em uma incessante relação com a natureza, ou o trabalho. Por sua origem, “cultura” remete ao crescimento espontâneo, como em “cultivo agrícola” e, assim, cultural é aquilo que é mutável, formado por um material autônomo, dotado de certa obstinação advinda da natureza. Por outro lado, “cultura” também é um conceito