Durkheim - Educação

DURKHEIM, E. Educação e Sociologia: com um estudo da obra de Durkheim pelo prof. Paul Fauconnet. Trad. Prof. Lourenço Filho. 11 ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

Capítulo 1 – Educação - Sua natureza e função
1. As definições da educação – análise crítica

Durkheim começa mostrando que a educação tem uma etimologia ampla e abrange vários significados além de nossa compreensão corriqueira, incluindo vários aspectos e influências na vida do homem.
Há duas definições principais para a educação: a de Kant, “o fim da educação é desenvolver, em cada indivíduo, toda a perfeição de que ele seja capaz” (p. 34); e a de Mill “fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e para os seus semelhantes.” (p. 34) A frase de Kant tenta maximizar todo o potencial das faculdades humanas, porém restringe e menospreza as aptidões subjetivas. E mais subjetiva ainda é a felicidade que Mill cita. Deixando indefinida a situação da educação. Tanto a perfeição buscada por Kant como a felicidade encontrada na vida completa buscada por Mill tornam-se vagas e incompletas.
Incorre-se então à questão: existiria uma educação perfeita e universal? Durkheim é categórico ao afirmar que não, pois nunca se viu tais modelos educacionais na história.
A dificuldade de se encontrar uma educação ideal pode se tornar um erro maior, pois quando se busca uma educação perfeita, admite-se que não existe uma educação real bem construída e estruturada ao longo dos anos de acordo com as necessidades do ambiente.
Uma organização é construída na história e adaptada com o crescimento de uma sociedade para ela, logo, a nossa educação contém erros dos antepassados que devem ser solucionados questionando o que deve ser feito para isso acontecer.
Cada sociedade tem um modelo de educação. E, com isso, há costumes que devem ser respeitados. Todo esse sistema é criado pela vida em comum procurando sanar as necessidades do conjunto e criar princípios que são levados pelas novas gerações. Fatores