DURIGUETTO
O capítulo quatro, Propostas de democracia: Brasil anos 90, é desenvolvido com base nos diferentes significados conceituais utilizados para definir sociedade civil e democracia, e permite visualizar a complexidade existente, na atualidade, no campo teórico-analítico que aborda as propostas de fortalecimento da democracia no Brasil. Especificamente em relação à discussão da democracia, a autora, considera que, identificar democratização com ampliação de liberdades civis, com democracia política descentralizada e participativa, conduz a uma perspectiva teórica e prático-política que tende a limitar o processo de democratização. Durigueto assevera que o processo não é identificado com a idéia da criação de uma nova hegemonia de classe, com a criação de um novo projeto societário, mas com o reconhecimento e a conquista de direitos dentro da ordem do capital. Nas palavras da autora, "a luta pela cidadania não aparece associada à criação de um novo projeto de classe contra-hegemônico."
As conclusões procuram responder a pergunta: "Afinal, qual é o valor universal da democracia?" A autora ressalta que o debate contemporâneo acerca dos conceitos de sociedade civil e de democracia, nos setores progressistas da sociedade brasileira, tende a expressar uma fragilidade teórica com evidentes desdobramentos nas direções e/ou inserções prático-políticas. Enfatiza a importância do entendimento da categoria de sociedade civil, tal como formulada nos termos de Gramsci, destacando que esse é um parâmetro conceitual do qual se pode dotar as lutas sociais de uma perspectiva teórica e ético-política que vise à totalidade social, que rompa com o caráter presente da parcialidade e do corporativismo de modo a envolver e desenvolver suas reivindicações a partir e no interior de projetos contra-hegemônicos.
Os dois conceitos parecem se constituir propriedade emocional e