Druker

Colunas - Thomaz Wood Jr. FGV SP
Revista Carta Capital - 30 de Novembro de 2005 O PAI DO MANAGEMENT
A trajetória de Peter Drucker confunde-se com a história da gestão empresarial, com suas descobertas e miragens, acertos e erros
Peter Ferdinand Drucker morreu no dia 11 de novembro, aos 95 anos de idade. Deixou extensa obra em livros e artigos. Foi chamado de “pai da gestão moderna”, “filósofo dos negócios” e “visionário das corporações”. Nos anos 90, foi adotado pela indústria do management. Septuagenário, passou a ser celebrado como o guru dos gurus, uma honra duvidosa, em um meio no qual impera a auto-ajuda e o curandeirismo.

A principal contribuição de Drucker foi fomentar a consciência de que existe tal atividade, que é gerir empresas. Nos anos 40, esta não era uma idéia óbvia. Drucker produziu alguns dos primeiros estudos sistemáticos sobre as grandes corporações. Seus livros mais antigos, como The Concept of the Corporation, publicado em 1946, foram provocadores e ajudaram a estabelecer o campo da gestão. Sua obra mais interessante, pelo valor histórico, é The Practice of Management, publicado em 1954. O livro nasceu, segundo o próprio autor, de uma necessidade prática. Ao se deparar com problemas reais, em trabalhos de consultoria, ele buscou referências na literatura e não as encontrou. Então, teve de inventar as respostas.

Apesar da fama, tampouco se pode qualificar Drucker como visionário. Aliás, ele mesmo não gostava de ser visto dessa forma. Foi principalmente um popularizador e um comunicador. Drucker teve grande sensibilidade para identificar tendências e questões importantes em cada momento da história da gestão, e para transformá-las em livros de fácil leitura, acessíveis a um público pouco afeito a idéias complexas. Com isso, conquistou o público corporativo.

Em diferentes fases de sua trajetória, Drucker trabalhou com conceitos como empowerment, inovação, modelo de negócio, governança e trabalhadores do conhecimento. Suas