Doutrina de Segurança Nacional
Doutrina de Segurança Nacional durante o Regime Militar no Brasil
A Doutrina de Segurança Nacional (DNS) foi o mais importante fator que permitiu a implantação, a estruturação e a sustentação do Regime político militar, a ditadura, no Brasil.
Sua formulação e desenvolvimento se deram no contexto internacional da guerra fria e a crescente preocupação dos países capitalistas com o avanço dos ideais comunistas pelo mundo, sendo os Estados Unidos o grande líder desse eixo anticomunista; no Brasil, país submetido à dominação econômica e ideológica norte-americana, o comunismo passou a ser visto como um risco à democracia e à segurança nacional.
Além do comunismo, outros fatores que incentivaram a defesa da implantação da DNS foram a crescente tensão interna entre o exército e a marinha e até mesmo internamente em ambas as instituições, principalmente no exército, que provocava uma impressão de guerra civil iminente; e a percepção dos militares sobre a privilegiada posição geopolítica do Brasil que favorecia um grande potencial econômico, o qual seria explorado mais satisfatoriamente com um regime autocrático, em detrimento de projetos para melhorar a qualidade de vida da população.
A DNS passou a ser implantada primeiramente nas escolas militares, mas com o objetivo de ser gradualmente legitimado e apoiado pelas grandes massas populares no país, como forma de sustentar a sua permanência. Na Escola Superior de Guerra (ESG), por exemplo, quase 50% dos graduandos eram civis, destacando-se a participação de professores, conferencistas e alunos; foram justamente esses graduandos que ocuparam cargos importantes nas instituições brasileiras (FERNANDES, 2009, p. 842).
As autoridades militares ao apreenderem sobre as inclinações comunistas do então presidente da república João Goulart, decidiram, “pelo bem da nação” e, paradoxalmente, pela defesa da democracia, intervir politicamente de forma