Doutor
Avaliação da Filtração Glomerular Através da Medida da
Cistatina C Sérica
Glomerular Filtration Evaluation Employing Serum
Cystatin C Measurement
Aline Bodanese Prates1, Fernando Barcellos do Amaral2, Marina Zerwes Vacaro2, Jorge Luiz
Gross1,3, Joíza Lins Camargo 4, Sandra Pinho Silveiro1,3
1 Programa
de Pós-graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia da UFRGS; 2 Faculdade de Medicina da UFRGS, de Medicina Interna, Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; 4 Unidade de
Bioquímica e Radioimunoensaio do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
3 Departamento
RESUMO
A avaliação acurada da função renal através da medida da filtração glomerular (FG) é fundamental na rotina clínica, pois é parte decisiva do diagnóstico e terapêutica. A dosagem sérica de creatinina é o método mais usado, embora apresente limitações, como interferências na dosagem e baixa sensibilidade na detecção de graus menos avançados de perda de função renal. Outros métodos, como depuração de inulina, iohexol, 125I-iotalamato e 51Cr-EDTA, também são descritos com o mesmo propósito, mas são complexos e caros. Desta forma, investigadores ainda buscam um marcador ideal para analisar a função renal. Neste contexto, se encaixam os estudos com a cistatina C, uma substância endógena, que vem sendo relatada como um indicador confiável e de fácil execução. A cistatina C é um membro da família dos inibidores da cisteína protease e está presente em uma variedade de células nucleadas, sendo produzida de forma constante. A sua medida, comparada à da creatinina, sofre menos interferências e apresenta maior acurácia na detecção de reduções incipientes da função renal. O objetivo desta revisão é descrever a medida da cistatina C como uma alternativa confiável para avaliar a FG, analisando valores de referência e usos clínicos. (J Bras Nefrol 2007; 29(1):48-55)
Descritores: Cistatina C. Filtração glomerular. Função renal. Depuração. Creatinina.