Dissertação sobre o mapa da violência
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É lamentável que ainda hoje verifiquemos esse alto índice de mortes violentas das mulheres de nosso país. Notamos pelos dados obtidos no trabalho em questão, que 68,8% dos casos de agressões contra as mulheres que resultaram em suas mortes ocorreram no local que para alguns é considerado o mais seguro de todos: dentro de casa. Assim, questiona-se: como proteger as mulheres desse tipo de violência e de todas as outras? Acreditamos que ainda impera em nossa sociedade um sentimento machista e de possessão que leva os agressores a se sentirem “possuidores” de suas companheiras e ex-companheiras, num equívoco de superioridade muitas vezes trazido pela ordem cultural em que está inserido, outras de ordem parental, em que o agressor “aprende” dentro de casa o modo de tratar uma mulher e os “deveres que esta deva exercer a ele, a casa, a família, e ao que lhe couber”. E, se esta não lhe responder a altura, “merece ser punida” por tal “afronta”. Além dos casos de agressão por “mau comportamento feminino”, não podemos deixar de incluir os casos de agressão passionais, em que o parceiro, já se sentindo “possuidor de seu objeto”, não consegue aceitar o fato da mulher optar por novo relacionamento, ou até mesmo por optar sair da “carceragem” em que vive. Também não podemos deixar de lembrar os casos de agressão em que os agressores são os genitores, padrastos, irmãos, a que as mulheres são submetidas. Assim, notamos que infelizmente a estatística só abrange os casos em que as agressões contra as mulheres resultaram em mortes, não englobando as milhares de vítimas que sofrem diariamente com elas, muitas vezes em silêncio e temerosa com o dia de amanhã.
O Serviço Social enquanto profissão tem uma potencialidade para ajudar a diminuir as estatísticas fantástica: é um profissional que tem acesso ao lar dessas mulheres, a suas famílias, seu histórico, e tem papel importante também em ser um difusor e defensor de direitos: seja os direitos omitidos, ou os já violados.