Anseios revolucionários
Fábio da Silva Sousa 1
Resumo: Apresento nesse artigo alguns pontos de minha dissertação “OPERÁRIOS E
CAMPONESES. A repercussão da Revolução Mexicana na Imprensa Operá ria
Brasileira (1910-1920)”, na qual investiguei como os jornais operários, editados pelos militantes fabris do período da Primeira República do Brasil, interpretaram e divulgaram o processo revolucionário que definiu as características do México moderno. Palavras-chaves: Revolução Mexicana, Imprensa Operária, Movimento Operário.
Em uma passagem do romance O Século das Luzes, de 1962, seu autor, Alejo
Carpentier, escreveu que os que falam de revoluções acabam tornando-as realidade. Tal passagem literária encontra um ponto de simetria com o tema que será apresentado nesse breve artigo, pois, em um momento bastante particular, uma revolução foi imaginada, escrita, teorizada e, por fim, tornou -se realidade. Trata-se da quase centenária Revolução Mexicana.
Essa revolução que incendiou o México no início do século XX, segundo Héctor
Aguilar Camín e Lorenzo Meyer, para alguns setores da sociedade mexicana não foi prevista. Em seus estudos, os dois autores afirmam que havia uma atmosfera de paz no território mexicano, de tal forma que o jornal El Imparcial afirmou aos seus leitores, que uma revolução seria um acontecimento improvável em meados de 1909
(AGUILAR CAMÍN & MEYER, 2000:13).
Todavia, no período denominado pela historiografia mexicana como Porfiriato 2, predecessor do período revolucionário , convulsões sociais já evidenciaram as
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Mestre em História e Sociedade pela Universidade Estadual Paulista, UNESP. Contatos: fabiosilvasousa@hotmail.com. O presente texto foi apresentado em forma de comunicação oral no X Congresso Internacional da
Brazilian Studies Association, BRASA, no dia 23 de julho de 2010, na sessão de trabalho “Anarquistas e anarquismos no Brasil: histórias,