discursos nas políticas do currículo
Discurso nas políticas de currículo
As propostas curriculares ainda hoje, apesar dos discursos sobre a democratização do ensino, tem um longo caminho a percorrer. Currículo pensado para um todo, prioriza o governo e não um ensino de qualidade para todos. Fazemos parte de uma sociedade com práticas culturais seletivas, excludentes, segregadora e classificatória, na organização do conhecimento, dos tempos e espaços, dos agrupamentos dos educandos e também na organização do convívio e do trabalho dos educadores e educandos. O sistema escolar, assim como nossa sociedade vai avançando par esse ideal democrático de justiça e igualdade, de garantia dos direitos sociais, culturais, humanos para todos. Entretanto há indagações que exigem respostas e propostas mais firmes para superar tratos desiguais, lógicas e culturas excludentes. Há necessidade de exterminar o chamado “currículo oculto”. [...] “Pretende chamar a atenção para as raízes dessa cegueira e contribuir para que pais, professores, educadores e autoridades acordem para a dura realidade cuja reversão vai exigir mais do que todos estão fazendo atualmente – mesmo os que, como é o caso em especial dos pais, acreditam estar cumprindo exemplarmente sua função. Isso só se conseguirá, quando o otimismo com o desempenho do sistema, que é também compartilhando pelos alunos, for transformado em radical inconformismo. A fagulha de mudança pode ser acendida com a constatação de que as escolas que pais, alunos e professores tanto elogiam são as mesmas que devolvem à sociedade jovens incapazes de ler e entender um texto, que se embaralham com as ordens de grandeza e confiam cegamente em suas calculadoras digitais para não apenas fazer contas, mas substituir o pensamento lógico. Mais uma vez abusa-se do recurso da generalização para que o mérito individual de alguns poucos não dilua a constatação de que o complexo educacional brasileiro é medíocre e não se enxerga