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Os jornais israelenses expressaram nesta segunda-feira de maneira unânime inquietação com a nova situação na região após a vitória de Mohamed Mursi, candidato da Irmandade Muçulmana, na eleição presidencial no Egito.
"Trevas no Egito", afirma o Yediot Aharonot, principal jornal popular, em referência a uma das 10 pragas descritas na Bíblia.
"Israel se inquieta com a chegada ao poder do islã extremista no Egito, apesar de Mursi ter prometido respeitar os compromissos internacionais do Egito", destaca o jornal.
"Perigosa vitória", insiste o colunista Semadar Perry, antes de recordar que Mursi dirigiu no passado um comitê que defendia "a guerra contra a empresa sionista" e que o Hamas palestino integra a corrente da Irmandade Muçulmana.
"Israel deve reconsiderar sua posição e estar dispuesto a todas as eventualidades", advertiu Alex Fishman, especialista em questões militares, ao mencionar um possível questionamento dos acordos de paz e dos compromissos econômicos.
"O temor se tornou realidade: a Irmandade Muçulmana está no poder no Egito", afirma na primeira página o jornal Maariv.
"O tratado de paz está em dúvida", completa.
Pragmático, Yaakov Katz, analista militar do Jerusalem Post, considera que "nada vai mudar a curto prazo nas relações com o Egito, pois Mursi enfrenta desafios muito mais urgentes que uma guerra com o Estado judeu".
"Mas a chegada ao poder da Irmandade Muçulmana terá uma influência sobre a ameaça terrorista crescente no Sinai. E a questão é saber se Mursi vai tomar ou não medidas para modificar esta situação", completou.
O jornal Haaretz também dedica a primeira págia à inquietação que o presidente islamita egípcio provoca em Israel.
Mas o Haaretz cita uma fonte oficial segundo a qual o governo de Benjamin Netanyahu "espera de modo privado" que Mursi considere que é primordial para o Egito recuperar sua economia vacilante, ao invés de questionar os vínculos bilaterais.