direito empresarial
Mana Lucrécia Calandro*
A competitividade da indústria automobilística^ é, usualmente, associada, entre outros fatores, aos níveis de automação e de reorganização do processo produtivo, Nos anos recentes, contudo, tem sido atribuído grande destaque às relações entre empresas como um fator importante de competitividade, o qual adquiriu relevância a partir da expansão da produção de veículos japoneses no mercado internacional. Com efeito, se muitas análises sobre os determinantes dessa expansão atribuem peso significativo ao chamado sistema de "produção enxuta"^ e à prática do Just-in-Time a ele associada, características do "modelo japonês" o êxito desse sistema parece depender, em grande medida, do relacionamento cooperativo entre empresas
Este artigo foi baseado nos relatórios parciais referentes ao setorde autopeças no Rio Grande do Sul, elaborados no decorrer da pesquisa Competitividade e inovação na indústria gaúcha, realizada no Núcleo de Estudos Industriais/FEE,
Economista, Técnica da FEE e Professora da PUC-RS.
A autora agradece os comentários e sugestões de Maria Cristina Passos e Sílvia Horst
Campos e a colaboração da estagiária Vânia Alberton
A indústria automobilística é composta, basicamente, de dois grandes setores; montadoras e fabricantes de peças e componentes. O dinamismo da indústria é dado pelas montadoras que, além da concepção do projeto do veículo, tradicionalmente executam as atividades de estampagem da carroceria, soldagem, pintura, usinagem do motor, montagem de subconjuntos de componentes e a montagem final. O processo de reestruturação, iniciado em meados da década de 80, porém, vem alterando a divisão de trabalho entre as empresas da indústria, através da crescente desverticalização das montadoras e do aumento e revitalização das relações de subcontratação.
A denominação "produção enxuta" foi cunhada por Womaclç, Jones e Roos (WOMACK et a l , 1992), para designar