Direito de Greve
1.1 As greves no mundo:
As greves tiveram sua origem e também sua consolidação nos movimentos operários, durante a Revolução Industrial, em virtude das condições precárias de trabalho – como as longas jornadas de trabalho, os baixos salários e a carência de outros recursos. Haja vista uma maior concentração do poder político nas mãos dos proprietários das fábricas, esses movimentos foram rapidamente ilegalizados, obtendo sua legalização parcial somente no início do século XX.
Um episódio de grande marco para as greves trabalhistas, como um todo, ocorreu no dia 1 de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, em que uma greve operária, cujo objetivo era o estabelecimento de uma jornada de trabalho de oito horas – contra as 13 horas praticadas – desencadeou tamanha brutalidade na repressão por parte da polícia que resultou na morte de alguns participantes do movimento. Em função de seu saldo sangrento, o dia 1 de maio transformou-se, assim, em um símbolo da luta dos trabalhadores pelos seus direitos e, posteriormente, no dia do trabalhador e do trabalho.
1.2 As greves no Brasil:
No início do século XX, com o crescimento urbano-industrial, surgiram bairros de operários em várias cidades brasileiras – formados, em sua maioria, por imigrantes. Nestes bairros, as más condições de vida e de trabalho eram agravadas pela falta de leis trabalhistas. Desse modo e também sob a influência de ideias anarquistas e sindicalistas trazidas pelos imigrantes, as primeiras manifestações grevistas lutavam por melhores, assim, por melhores condições de trabalho como pela implementação de uma sociedade teoricamente mais igualitária.
Surgiram manifestações e greves em vários Estados, destacadamente em São Paulo, onde se concentrava o maior número de indústrias do país. Em 1907, a cidade de São Paulo foi paralisada por uma greve que reivindicava a jornada de oito horas diárias de trabalho. A manifestação acabou atingindo diversas cidades