Dipirona

Diporona

Revisão Crítica

A dipirona (aminopirina metilaminometanossulfonato de sódio) é o analgésico e antipirético mais utilizado no Brasil, pertencente ao grupo das pirazolonas, as quais estão no mercado mundial há oitenta anos e comercializada em mais de100 países.
A dipirona passou a ser olhada com desconfiança, devido o seu parentesco com drogas dotadas de um elevado potencial de indução de reações adversas graves, em especial, a antipirina, que se relaciona à granulocitose, sendo assim retirada do mercado por alguns países na década de 60. No entanto, após publicações compostas por grosseiros erros técnicos, estudos demonstraram que essa droga, em termos de saúde pública, possui um risco muito baixo de indução de granulocitose, que é basicamente uma reação alérgica, cujos sintomas ocorrem entre 2-3 dias após a exposição a certos medicamentos. Dessa forma, a droga simplesmente voltou a ser comercializada na década de 90, para uso via oral e injetável, sem a realização prévia de novos estudos pré-clínicos e clínicos pela indústria farmacêutica, uma vez que os mesmos possuem elevados custos e devido a expiração da patente do medicamento.
Assim, foi comprovado que os riscos da dipirona são similares, ou menores, que o de outros analgésicos/antitérmicos disponíveis no mercado, logo a mudança de regulamentação atual da dipirona incorreria em aspectos negativos para a população, aumentando os riscos de utilização de outros fármacos indicados para a mesma finalidade terapêutica, inclusive devido a venda de 80% da mesma ocorrer sem prescrição médica. Etretanto, existe o interesse velado de muitos laboratórios internacionais na retirada do produto, já que seu preço está entre os mais baratos do mercado – uma clara demonstração dos interesses financeiros da indústria farmacêutica, a qual não realizou o acompanhamento farmacodinâmico necessário à droga antes do retorno dela ao mercado, afim de se confirmar ou não feito maléfico da mesma à saúde da população.