Gil vicente
Uma Leitura de “Auto da Barca do Inferno”
Leitura Literária obrigatória para o 9º Ano de Escolaridade
Seleção e organização de Isabel Quitério
Leitura Literária: Auto da Barca do Inferno Escritor: Gil Vicente Ficha Informativa (Porto Ed., adaptado) RENASCIMENTO Em meados do século XV a Europa estava a recuperar da longa crise medieval, sentindo-se já os efeitos da subida demográfica no aumento de produção dos campos e no florescimento da indústria, que arrastavam consigo a melhoria das rotas terrestres e o incremento das rotas marítimas. As novas rotas desenvolviam por sua vez o comércio, trazendo mais produtos. Surgem então as instituições financeiras (bancos, companhias de seguros) que se multiplicam nas zonas mais privilegiadas. A Península Itálica domina o processo, sobretudo por razões económicas e geográficas; os estados italianos controlam o Mediterrâneo, que é a via comercial da Europa, fazendo a ligação com o Oriente e o mundo islâmico, numa época em que as caravelas ainda não tinham iniciado a sua aventura pelo Atlântico e pelo Índico. É assim que vemos surgir uma nova época civilizacional, baseada sobretudo em dois fatores: a rejeição do medieval como era então entendido, e a procura de um modelo alternativo, mais válido e sedutor. Também no aspeto cultural, a Itália se mostra capaz de liderar esta nova era; é a representante do antigo Império Romano, e portanto de um riquíssimo património, não só material mas também ideológico. Este passado romano, aliado ao pouco que então se conhecia da antiga Grécia, forma o modelo ideal que os homens do século XV procuram: surge assim o Renascimento, ou o renascer dos valores clássicos, em todos os campos - na arte, na cultura, nos modelos de sociedade e de governo e na própria religião. Por outro lado, torna-se cada vez mais premente a necessidade de abandonar a fórmula medieval, que se traduzira num apagamento dos homens face à sociedade, ao governo e à Igreja. A promoção do indivíduo, a