dipirona e agranulocitose
DIPIRONA ASSOCIADA À AGRANULOCITOSE
BRASÍLIA
2014
Introdução
A dipirona é um dos medicamentos analgésicos mais vendidos do Brasil. Em 2001, 31,8% eram à base da dipirona, 29,7% paracetamol, 27,1% ácido acetilsalicílico, 1% ibuprofeno e 10,4% outros (Bonfim, 2001). A dipirona tornou-se muito utilizada no mercado farmacêutico mundial, sozinha ou em associação, e no ano de 1994, os medicamentos Novalgina®, Neosaldina®, Buscopam Composto®, Magnopirol®, Anador® (Marcolino, 2007) despontaram entre os 20 medicamentos mais vendidos em unidades (Bermudez, 1995).
A dipirona, também conhecida como metamizol, é um medicamento com ações analgésica, antitérmica, antiartrítica (Silva, 1998), pertencente à família das pirazolonas, sendo este o nome popular dado sal sódico do ácido 1-fenil-2,3-dimetil-5-pirazolona-4-metilaminometanossulfônico (Fuchs et al., 1998).
O laboratório Hoechst Dye Works, em 1913, desenvolveu o primeiro derivado das pirazolonas (solução 50%). A dipirona, por apresentar melhor farmacologia e tolerância, foi introduzida no mercado farmacêutico brasileiro no ano de 1922 pelo laboratório Hoechst AG, com o nome de marca NovalginaR ( Joseph, 1959). Neste mesmo ano a dipirona tornou-se parte da lista de medicamentos de uso contínuo da rede pública de saúde do Brasil. (Bermudez, 1995).
Apesar da excelente ação, a dipirona apresenta reações adversas e, na década de 70, teve sua comercialização proibida nos Estados Unidos e alguns países da Europa. Esta restrição se deu, principalmente devido aos relatos graves de casos indicativos de agranulocitose, sendo este, o medicamento com maiores casos de alterações sanguíneas, polêmica esta que causa discussões até os dias atuais. (LIMA et al., 2003; KÖHLE et al., 2009).
A agranulocitose é caracterizada por uma queda acentuada nas taxas de granulócitos (glóbulos branco) no sangue (Halfeld, 1997), foi descrita e denominada em 1922 pela