Didática
A crença: Professor fala e aluno ouve
Será que a aprendizagem se dá apenas quando o professor fala e os alunos ouvem passivamente?
É sabido que muitos professores se colocam em sala de aula como “detentores do saber”, ficando, por vezes, irritados quando são interrompidos no meio da aula por uma pergunta de um aluno. Alguns chegam até a considerar que essas interrupções são inconvenientes porque o diálogo não é prática comum no processo de aprendizagem.
Devemos, como professores, saber que a aprendizagem é inversamente proporcional à passividade. Quanto menor a participação do aluno, maior a possibilidade de ele não ter absorvido o conteúdo ou estar cheio de dúvidas.
O aluno pode ter muito a dizer para o grupo, e se o professora abre espaço para essa troca de experiências, intensifica o processo de aprendizagem, e assim a aula se torna interessante e enriquecedora, tanto para os alunos quanto para o professor.
O doutor em educação Júlio César Furtado nos traz a seguinte reflexão:
“Estamos aprendendo novas lições sem desaprender lições velhas, que dificultam a prática real de um novo modelo. Desaprender exige quebrar paradigmas, quebrar lógicas, ousar, fazer diferente. A atitude cumulativa da escola, nesse sentido, impede de fato uma desaprendizagem saudável daquilo que não serve mais nos tempos atuais.
Romper o paradigma comportamental significa “desaprender” verdades que estão há muito sedimentadas nas almas educadoras e educandas.
O modelo de pensamento que se faz necessário nesse início de século é paradoxal: a permanente preparação para a mudança. Esse modelo exige preparação para quebra de lógicas, postura ousada e responsável, enfim, exige que se prepare o homem para uma constante postura de reconfiguração.”
Então é importante considerarmos que o diálogo, a discussão, ao longo da exposição de temas, intensifica a aprendizagem, desfazendo, assim, a crença de que somente o professor deve falar e o aluno